HISTÓRIA DA RÚSSIA - PERÍODO ANTIGO
Informação retirada do site da Embaixada Russa no Brasil
O território da Rússia atual passou a ser povoado pelo homem pré-histórico
há cerca de 900 mil anos, quando veio o clima frio da Ártica. O gelo com a
expessura de mais de 1000 m invadiu o Norte da Europa e quase cobriu os
Montes Urais.
Os homens primitivos sobreviveram ao período glaciário e também avançaram no
seu desenvolvimento. Quando o gelo recuou para além do círculo polar,
estabeleceu-se o clima favorável para lavoura e criação de gado. Os homens
colheram sereais com foices de cilício, as mulheres fiaram linho e lã.
Nos séculos IX- VIII a.C. os pré-eslavos, defendendo-se das tribos nômades
guerreiras, ergueram fortalezas de madeira e dominaram a arte de fazer armas
de ferro.
Naquele tempo remoto surgiram as primeiras lendas sobre os "bogatyrs"-
ferreiros (herois épicos russos), que venceram os dragões. Dragão que
devorava as pessoas simbolizava, em contos de fadas russas, as incursões das
tribos das estepes que resultavam em incêndios, pilhagem e cativeiro.
Fundação de Moscovo
No início do século XII "Kievskaia Rus'' dividiu-se em mais de uma dúzia de
principados. Uma região no Nordeste russo entre os rios Volga e Oka, celebre
pelas suas terras férteis e bem protegida pelos bosques dos assaltos das
tribos nómadas, foi governada pelo príncipe Iuri Dolgoruki (Iuri-de-mãos-longas).
Ele construiu várias cidades e fez alianças com os vizinhos. Em 1147 ele
convidou seus vizinhos para uma aldeia fronteiriça, "Moscovo", onde eles
celebraram a vitória sobre os inimigos. Esta data ficou sendo considerada
como a data da fundação de Moscovo. Em 1156 em Moscovo foi construída a
primeira fortaleza de madeira, que virou depois uma das maravilhas do mundo
- o Kremlin de Moscovo.
Em 1237 a Rússia foi invadida pelas tribos dos tártaros mongóis. Esmagando a
forte resistência das cidades separadas russas as hordas de mongóis
avançaram para o interior do país destruindo tudo o que foi construído
durante os séculos de trabalho.
O jugo tártaro durou cerca de 250 anos, dominando a vida política e cultural
russa. A vitória dos russos unidos, chefiados pelo Príncipe Dmitri Donskoi,
sobre as tropas tártaras, em 1380, foi o marco crucial para o fim do jugo.
Mais de dois séculos foram necessários para reerguer a Rússia das cinzas.
Renascimento russo
A partir da segunda metade do século XIV começa a renascimento russo.
Começou a reconstrução do Kremlin, que deveria expressar as ideias da união
e da potencia do Estado russo. Em 1471 começou a se erguer uma nova
catedral, "Uspenski". Sua arquitectura acumulou as velhas tradições russas e
as técnicas da arquitectura italiana da época renascentista. As maciças
cúpulas de ouro fizeram lembrar a potência e união das terras russas. Perto
daquela catedral cresceram as outras: Blagovechenski, Arkhanguelski e
outros. Uma das maravilhas do mundo é a Catedral Pokrovski (Pokrov - Festa
do Manto da Virgem), erguido na Praça Vermelha pelos mestres Barma e Postnik.
A catedral é constituída de 9 igrejas ímpares, reunidas em torno de um
pavilhão.
A época do Pedro O Grande
A Rússia tradicionalmente introvertida e auto-suficiente deu passo gigante
nas áreas económica, política, da política exterior, social e cultural, bem
como nas reformas radicais do seu exército, na época do Pedro O Grande.
Até o final do século XVII a Rússia não tinha nem frota mercante, nem
Marinha. Estava isolada dos mares Negro e Báltico, o que dificultava o seu
relacionamento com a Europa. Em 1672 Pedro I subiu ao trono de czar da
Rússia. Foi ele quem desempenhou um dos mais importantes papéis na história
russa. Pedro I foi o primeiro a entender a importância da Marinha e mandou
várias delegações russas para aprenderem a arte de navegar nos mares da
Europa. Ele foi o fundador das tropas regulares, sofisticou sua organização
e logística.
A vitória na Guerra do Norte (1700-1721) garantiu à Rússia o acesso ao Mar
Báltico, pelo que lutou durante muitos séculos. "A janela para o Ocidente"
estimulou as actividades diplomáticas e beneficiou as parcerias,
principalmente com os países da Europa Ocidental. Expandindo e desenvolvendo
os seus territórios em direcção Norte, ao redor do rio Volga, montes Urais e
além dos Urais, na Sibéria e na costa do Oceano Pacífico a Rússia tornou-se
Império.
No início do século XIX o Império Russo fez parar e fugir o exército invasor
do Napoleão I, Imperador francês, fato que entrou na história russa com o
nome de Guerra Patriótica de 1812.
Depois da abolição da escravatura em 1861 que existia na Rússia desde século
XVI começou o desenvolvimento impetuoso da economia. Nas últimas décadas do
século XIX registou-se forte crescimento de manufacturas, empresas privadas,
bancos e comércio. No mesmo período as disparidades sociais alcançaram o seu
auge e o descontentamento com governo foi muito generalizado.
A Guerra Mundial de 1914-1918 diminuiu o potencial da economia da Rússia até
o mais baixo nível, exauriu os recursos materiais e financeiros
Kremlin de Moscovo |
HISTÓRIA - PERÍODO SOCIALISTA
Em Outubro de 1917 os “bolcheviques” (quer dizer –
“representantes da maioria”) do Partido Social-Democrático de Trabalhadores
da Rússia chefiados por Vladimir Lenin conduziram a Rússia à Grande
Revolução Socialista. O objectivo da revolução era a eliminação da injustiça
social e a criação de uma sociedade que deveria evoluir para comunismo.
Juntamente com vários países vizinhos a Rússia formou, em Dezembro de 1922,
aUnião das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Durante os 31 anos seguintes o
país foi governado pela elite do partido de “bolcheviques” encabeçada por
Joseph Stalin. Stalin com a elite bolchevique impôs o totalitarismo,
usurpando todo o poder na URSS. O totalitarismo vitimou milhões de pessoas
inocentes e dizimou-as em campos de trabalho e morte. A maioria dos
dirigentes do Exército Vermelho, das Forças Armadas soviéticas, foi
submetida a repressões, o que feriu gravemente o potencial defensivo do
país. Apesar do terror político e da arbitrariedade, a industria estava-se
modernizando rapidamente, aumentando o potencial bélico e o peso do país nos
processos decisórios internacionais.
Em 1941 as tropas da Alemanha nazista atacaram a União Soviética. Os
nazistas durante os dois primeiros anos da Segunda Guerra Mundial já tinham
conquistado a maior parte da Europa. Em tempo muito curto o país recolheu
todas as forças físicas e morais para rechaçar o inimigo. A valentia dos
soldados, as habilidades dos generais e esforço máximo de cada cidadão
contribuíram para a capitulação da Alemanha em Maio de 1945. A guerra causou
27 milhões de vítimas dos cidadãos soviéticos.
A ideia socialista atingiu o seu topo nos anos 60, começando depois o
declínio, a estagnação e a crise. A economia dirigida pela burocracia
comunista permaneceu em banho-maria graças às injecções de capitais
provenientes das exportações de recursos minerais como petróleo e gás
natural. As despesas militares abalaram o orçamento estatal e influenciaram
o crescimento desproporcional do ramo militar da indústria.
Muitas ideias construtivas que apareciam nos círculos económicos foram
rejeitadas. Todos os aspectos da vida da sociedade inclusive a política
externa, foram inseridos em apertados moldes ideológicos. Em meados dos anos
80 o país enfrentou a necessidade das reformas radicais nas áreas económica,
social e política.
Michail Gorbatchev, Secretário Geral do Partido Comunista, que tornou-se o
primeiro e último Presidente do URSS, começou a reformar a sociedade.
Entretanto, as reformas não foram fáceis. A economia entrou em crise, a inflação subiu, varias forças políticas saíram em confrontação, cresceu a tensão social, estouraram os conflitos étnicos.
A União Soviética mostrou a sua incapacidade de resolver esta crise global. Assim, o acordo assinado em 1991 pelos líderes das três maiores republicas soviéticas – Rússia, Ucránia e Bielorússia – declarou o final da União Soviética.
A Rússia passou a ser o Estado-continuador e a herdeira de todos activos e passivos da URSS.
Entretanto, as reformas não foram fáceis. A economia entrou em crise, a inflação subiu, varias forças políticas saíram em confrontação, cresceu a tensão social, estouraram os conflitos étnicos.
A União Soviética mostrou a sua incapacidade de resolver esta crise global. Assim, o acordo assinado em 1991 pelos líderes das três maiores republicas soviéticas – Rússia, Ucránia e Bielorússia – declarou o final da União Soviética.
A Rússia passou a ser o Estado-continuador e a herdeira de todos activos e passivos da URSS.
HISTÓRIA - PERÍODO ACTUAL
26 de Março de 2000 foi eleito o novo Presidente da
Federação da Rússia Vladimir Putin, que ganhou ainda no primeiro turno
recebendo 52,9% dos votos de cerca de 65 milhões dos eleitores que
participaram das eleições. Vladimir Putin tomou posse como Presidente da
Federação da Rússia no dia 7 de maio de 2000.
O Governo do Presidente Vladimir Putin assumiu a responsabilidade de
fortalecer as instituições democráticas e continuar as reformas estruturais
da economia a fim de construir um país mais seguro, justo e atraente para
residir nele. Na área económica prosseguiu o processo de privatização em
diversos sectores como de comércio, bancos, telecomunicações e serviços. Foi
estabelecido o controle sobre a inflação, o crescimento do PIB registou as
sólidas tendências positivas, constituindo o aumento médio de 5% ao ano em
1999, 2000 e 2001 depois da crise financeira de 1998.
Aumentaram-se as exportações que levou a balança comercial favorável de 60
biliões de dólares em 2001. Melhorou-se o clima de investimentos externos,
destinados também no sector produtivo, aperfeiçoou-se a base jurídica para
negócios e empresariado. Em 2002 entrou em vigor a lei que permitiu a venda
livre das terras agrícolas.
Em 2004 Vladimir Putin foi reeleito para o seu segundo mandato como
Presidente da Federação da Rússia, recebendo cerca de 71% dos votos, o que
demonstrou amplo apoio da política dele pela sociedade do país.
A Rússia tem negociado há uns anos a sua adesão à OMC que consta como uma
das prioridades do governo actual. Os avanços da economia russa foram
reconhecidos pela comunidade internacional: a Rússia tornou-se um membro
pleno do G-8 e sediou a reunião deste foro em 2006, o país recebeu o status
de economia de mercado pelos EUA, União Europeia e vários outros países.
Dentro das conquistas importantes do Governo Putin destaca-se também que foi
evitada a desintegração do país e impedidos o caos e a guerra civil; começou
a se formar a estrutura do verdadeiro Estado federal, com um lugar digno na
comunidade internacional.
O povo russo deposita na gestão de Vladimir Putin esperança de que a
economia funcione com eficiência e que o nível de vida seja mais alto e
decente. As reformas sociais removeram as razões para confrontações
políticas e ideológicas com os outros países, deram à Rússia a oportunidade
de se unir ao sistema económico mundial e contribuir significativamente para
desenvolvimento das relações vantajosas entre as nações do mundo.